terça-feira, 22 de julho de 2014

Existir

Sinto saudades dos tempos das brincadeiras, de correr atrás de pipas,
jogar bola, pegar chuva e andar ao vento.
Sinto falta, do que não sei nomear do que não vivi ou deixei de viver.
Estranho pensamento que aflora do ser e o encaminha a um emaranhado de
questionamentos acerca do existir.
Uma ferida narcísica se instala. Uma dor impera e é esquecida por um recalque
que a mantém presente, dilacerando o sujeito dentro de sua própria moradia.
O gozo se apresenta e o Outro se presentifica.
Assim me lembro de uma frase de Sartre que diz "o importante não é aquilo que fazem de nós,
mas o que nós fazemos do que os outros fizeram de nós"
Frase que parece simples, mas nos remete a uma dinâmica psíquica complexa atroz.
Como resultado? Culpamos, responsabilizamos, nomeamos, renomeamos e até nos associamos
ao Outro como um paliativo na tentativa de curar uma ferida que não irá para de doer.

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